quinta-feira, 12 de julho de 2012

POESIA NO INTERIOR


  
 Rodei cinco horas e meia nesta quarta 11/07 para chegar a Frei Lagonegro/MG, pequena cidade no vale do Rio Doce. A estrada foi tranquila, a região é muito bonita. Fui a convite da prefeitura, por indicação da bibliotecária Gorete, que ouviu palestra minha há algumas semanas aqui em BH. Fui conversar com cerca de 400 estudantes, crianças e jovens, das redes municipal e estadual. Fui com a melhor disposição que tenho e uma bolsa com dezenas de livros. Fui fazer algo de que gosto e em que acredito. Fui falar de literatura.
   O encontro foi na quadra de esportes. Espalhei os livros na mesa e falei um tanto sobre meu percurso na literatura e sobre os temas que me levaram até ali. Apesar do espaço semiaberto, do atraso (evento, não tem jeito), do calor, da poeira, da dispersão natural das crianças, conseguimos estabelecer uma comunicação muito boa. O retorno dado pelas pessoas da coordenação confirmou a impressão que tive enquanto falava.
   Para fechar, abri o microfone a quem quisesse ler poesia. Usei livros de Renato Negrão, Ana Elisa Ribeiro, Ricardo Aleixo, Bruno Brum, João Batista Jorge, Chico César, Mariana Botelho, Ademir Assunção, Nicolas Behr, Ana Martins Marques, Fernando Pessoa, Leila Míccolis, Ferreira Gullar, Manuel Bandeira, Carlos Drummond... 
   Foi muito divertido - e isso, mais do que emitir minhas opiniões, me deixou a certeza de que fiz uma coisa boa àquela turma: mostrei que poesia e conversas sobre literatura não precisam ser carrancudas, mofadas ou distantes; falar e ler e ouvir e brincar com as palavras pode ser algo do dia a dia - e agradável.
  (Na saída, dei uma voltinha por Coluna, que homenageei no conto A pele da alma. Agora, quando Carlos Herculano Lopes falar de sua cidade, já sei melhor do que se trata.)

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