quinta-feira, 19 de julho de 2012

A PRIMEIRA TROCA A GENTE NUNCA ESQUECE

  
   Meu amigo Alexandre Marino, o Zé, acaba de me surpreender com um belo texto pessoal publicado no seu sítio (http://www.alexandremarino.com/2012/07/estante-afetiva-meu-amigo-silas.html?spref=fb), na seção "estante afetiva". Me emocionei de verdade e por isso preciso me vingar. Lá vai:
   Há pouco tempo, o Antonio Barreto (amigo comum, escritor incomum, conterrâneo do Zé - Passos/MG) pediu a quem tivesse alguma memória do "Baixo Belô" que lhe enviasse, para um trabalho que ele está desenvolvendo. Fiz um gostoso exercício de memória resgatando aventuras da Orquestra Sinfônica Mineira e da circulação pelas ruas vendendo meus primeiros livrinhos, entre outras, menos publicáveis.
   Mas o que vem ao caso é a seguinte história: em 1979, carregando meu primeiro livro na bolsa a tiracolo, fui apresentado ao Zé na porta do Maletta. Na cara de pau que tinha e não tenho mais, acho, propus a ele trocarmos livros: eu com No lar dos inseguros, meia dúzia de folhas de ofício mimeografadas, dobradas e grampeadas e ele com o Operários da palavra, livro mesmo, com cores, lombada e tudo.
   E não é que ele aceitou? 
   Somos amigos desde este momento. Montes de situações nos mantiveram juntos, apesar das distâncias geográficas, ideológicas, gastronômicas etc. O que nunca tinha contado para ninguém, entretanto, é que a boa vontade com que ele aceitou a troca de livros me marcou como pessoa e escritor. Eu estava começando a frequentar as ruas e passar por aquela experiência de brodagem me deu um rumo, me norteou de uma forma que me faz até hoje melhor do que eu poderia ter sido.
   Valeu, Zé!

Um comentário: