quarta-feira, 29 de agosto de 2012

ITÁLIA 2012 - 1

    
Aeroporto de Lisboa, 01/05/2009, conexão para Roma.
  
   Estou nos preparativos finais para voltar à Itália. Comprei a passagem há uns 5 meses. Agora preciso definir o roteiro e tudo o que ele implica. Não tenho mais o espírito de aventura para chegar e depois procurar hospedagem, transporte... Até tenho, um pouco, mas como quero ir a vários locais, prefiro ter uma noção mais definida do que me espera. Vera também vai. Precisamos pensar por dois. Ela quer conhecer Veneza, Bolonha e Florença, que eu já conheço (mas será ótimo voltar, claro, passei apenas algumas horas em cada uma delas). Quer ir também a Reggio-Emilia. Esta manhã fiz um primeiro esboço de roteiro, incluído um passeio pela Toscana, a partir de Lucca, e Roma. 
  Maio de 2009, primavera lá, prestes a completar 48 anos de idade, realizei o maior sonho de minha vida,  ou, ao menos, o mais demorado: desde criança, quando tomei consciência que meu avô era italiano, talhei meu sangue para também ser um. Sempre olhei com mais carinho as gravuras nos livros de escola e nas enciclopédias; assim que pude, estudei a língua e requeri a cidadania a que tinha direito.
   Minha amiga Solange Souza, casada com um romano, foi quem me abriu o porto e o primeiro pouso para sair do Brasil. Porque me ofereceu hospedagem, eu pude traçar um roteiro que me permitiu ficar 20 dias passeando por mais de 10 cidades. Tendo a segurança de sua casa como base, pude ser recebido por Julio Monteiro Martins, em Lucca, Leo Pizzol, em Sàrmede, Marco Bellotti, em Comacchio e Eva Montanari, em Rimini. Todas essas pessoas me fizeram sentir bem vindo, em casa, literalmente.
   Durante toda a viagem, fiz anotações como um diário. Nunca o li depois que voltei. Pretendo fazê-lo agora, antes de retornar. Talvez ele me ajude a refletir ao fazer esta e as próximas anotações.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

UM HOMEM DE SORTE

  
   Eu sou um cara de sorte. Noite de terça-feira e já tenho motivos de sobra para considerar que ganhei a semana:
   Ontem, às 10h, fiz uma oficina com doze adolescentes de uma escola estadual, na Biblioteca do Renascença. Durante uma hora eles usaram e abusaram de seu direito de dispersão e provocação; denunciaram a professora de História (que, ao ofendê-los, faz com que odeiem ler) e se agrediram fisicamente, mas, ao final, eu consegui que três, talvez quatro deles se concentrassem na leitura e se envolvessem.
  À tarde, com a equipe do departamento, definimos algumas linhas do que será o Outubro Literário. Às 17h, na Biblioteca Infantil e Juvenil, conversei sobre leitura para crianças com colegas da FMC e da Secretaria de Educação. Em seguida, fiz mais um encontro de minha oficina no Letras e Ponto, entre 19 e 21h.
   Hoje, pela manhã, registrei minhas opiniões sobre os prêmios literários Cidade de Belo Horizonte e João-de-Barro
   Entre 14h30 e 16h, fiz mais uma oficina de leitura com quatro adolescentes na biblioteca do Centro Cultural Alto Vera Cruz. De lá, fui para o Centro Cultural Vila Fátima participar de um sarau com cerca de 70 pessoas da comunidade, ao lado do Alison Barbosa e do Rodrigo Teixeira.
   Mas para continuar ainda mais realizado/r, esta semana ainda tem: meu primeiro dia como atendente de biblioteca (substituindo uma colega); outra oficina no Renascença; outro sarau no Centro Cultural Vila Marçola; reunião do Coletivo 21; reunião sobre os prêmios literários; e encontro com meu amigo catarinense Carlos Schroeder, que vem para o Conversa em Quadrinhos e lançamento ao lado de Pedro Franz.
   Isso, até sábado. Domingo pode ser que eu seja obrigado a almoçar com amigos, afinal, ninguém é de ferro (ou só de papel).

domingo, 19 de agosto de 2012

PARTICIPAR


No último dia 18 de agosto, participei de uma reunião no comitê da campanha de Patrus para contribuir com o plano de governo na área da cultura.
Debatemos a partir de um documento apresentado. Concordei com algumas críticas que foram feitas e, na minha intervenção, sugeri que se incluísse a Bienal Internacional de Poesia junto aos outros grandes eventos do primeiro governo Patrus (1993/1996); sugeri que se mencionassem as bibliotecas junto aos centros culturais e que além de se lembrar da importância da literatura, fosse feita também uma reflexão quanto à inclusão da educação aliada à cultura.
Não pude ficar até o fim da reunião. Suponho que, se o documento não foi finalizado, ainda haverá outra oportunidade para isso – antes que o documento final seja apresentado à comunidade para um último debate.
Faço este relato para lembrar aos escritores e demais interessados em literatura que este é o momento de apresentar nossas propostas para o governo Patrus (2013/2016).

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

UM PANFLETO QUE FICOU INÉDITO

Em 29/11/2009:

PALAVRA DE ORDEM
Trabalhamos pela eleição de Patrus à prefeitura de Belo Horizonte, em 1993, com a mesma paixão com que vínhamos trabalhando em outras campanhas, como a de Lula em 1989.
Patrus nos conquistou não pela retórica cristã, mas pela verdade que queríamos instaurar na política:  a generosidade como palavra de ordem.
A partir de sua posse, instaurou-se um clima de camaradagem nas salas e corredores da PBH. As disputas políticas, administrativas e pessoais continuaram a existir, mas o ar tornou-se mais respirável. Nunca os artistas, agentes e produtores culturais transitaram tanto por ali.
Além de clarear o tempo e apontar um caminho menos sórdido para as relações políticas, Patrus fez um governo correto, inaugurou práticas que mudaram a vida da Cidade.
Depois de passar essa temporada em Brasília, ele é, de longe, a pessoa mais indicada para ocupar o Palácio da Liberdade.
Para levar a todo o estado a prática de uma política mais justa, mais humana.

NOTÍCIA VELHA (?)

   Em 2009, fiz este texto que explica e se data:


ENCONTRO CULTURAL COM PATRUS

No dia 14 de dezembro, por iniciativa de um coletivo de artistas de apoio à pré-candidatura de Patrus ao governo do estado, aconteceu um encontro dele com uma centena de militantes culturais, no Teatro da Cidade, em Belo Horizonte: produtores, atores, escritores, músicos, cantores etc.
Às 20h, o ministro Patrus abriu o encontro falando sobre seus projetos mais gerais para o governo e de suas idéias sobre a cultura. Em seguida, aconteceram cerca de trinta intervenções por parte dos presentes. As várias áreas artísticas foram representadas por falas que passaram por sugestões e reivindicações, sempre com clareza e sentido de contribuição com a pré-campanha. Muitos momentos de humor e emoção, muitas declarações abertas de desejo de trabalhar pela campanha.
Patrus encerrou comentando alguns dos temas abordados (ele anotou tudo o que foi dito), fez algumas digressões muito pertinentes sobre o que será a cultura em seu governo (inclusive sobre a necessidade de se alocar mais recursos) e esclareceu também algumas questões relacionadas à disputa dentro do PT. Fez questão de dizer que mantém bom relacionamento pessoal com os adversários, atuais e potenciais e conclamou todos a se preparem para uma campanha de poucos recursos financeiros e aguerrida.

O CONTO, A CRÔNICA


   Estou vivendo o contraditório prazer de ler um livro querendo muito que ele não acabe. É o Ai de ti, Copacana, do Rubem Braga. No Ofício da Palavra do dia 7/8, ao lado do Francisco de Morais Mendes e do José Eduardo Gonçalves, pude explicar pela primeira vez, em público, minha relação com a crônica. Registro também aqui.
   Ali pelos 15 anos, já célere produtor de poemas, tentei escrever prosa. Tentei muito e, por sorte, já tinha autocrítica bastante para saber que aquilo não prestava. Lembro-me vagamente de alguns daqueles textos; lembro-me, principalmente, de alguns momentos em que escrevia (direto na Olivetti Studio 44) e relia e constatava que não era bom. 
   Em 1984, meu professor de pré-vestibular Caio Junqueira Maciel, me emprestou o Cartas na rua, do Bukowski. Foi a senha para eu conseguir dar entrada nos contos que venho tentando (sempre tentando) escrever desde então.
   Em algum momento muito depois disso, em algum devaneio da memória, me dei conta do motivo de nunca ter conseguido fazer prosa antes: minha referência era a crônica! Eu lia de tudo, mas na hora de tentar escrever, o que saía era um péssimo simulacro de crônica - que um moleque de 15, 16 anos não iria mesmo conseguir realizar.
   Agora, relendo o Rubem Braga, a vontade que dá é de ler várias das crônicas para outras pessoas. Foi o que fiz para os amigos que foram ao Museu de Artes e Ofícios na terça passada.
   E o desejo continua.