sexta-feira, 30 de maio de 2014

SOBRE A COPA (em lugar de uma carta)

    

     Mônica, não vou comentar seus argumentos, que me parecem bons e são, claro, válidos. Deixa eu tentar colocar no papel (e em ordem) meus pensamentos sobre este assunto. Do início:
     meu pai foi jogador de futebol amador; eu joguei pelada na rua (íngreme, calçada com pé-de-moleque), em quadras, em campos improvisados de terra - onde fosse possível rolar a bola; torci pelo Atlético, na infância, e pelo América, mais recentemente; sempre gostei de assistir a uma boa partida de futebol. Porém...
     a manipulação sobre a paixão que temos pelo esporte tornou-se tão insuportável para mim, que decidi trocar de lado: tornei-me (venho tentando) crítico do futebol. Argumentar que é uma paixão, que é cultura, passou a ser uma ofensa para mim. Coloquei de lado a torcida (mais de efeito poético e político) pelo Coelho e nem os gols da rodada me interessam mais. E aí vem a FIFA...
     hoje vi um cartum: policial ameaça índio, dizendo: "Por que não reclamou em 1500?" Quando o Lula conseguiu trazer a Copa, só achei estranho os estratagemas de sedução que foram usados, mas, como quase todo mundo, pensei: "A gente tem tempo pra organizar a coisa direito. Vamos aproveitar para melhorar alguns itens de infraestrutura, incrementar o turismo etc." Teríamos SETE ANOS para isso. Bom,
     não foi o que aconteceu. E, sim, agora que está claro que houve um imenso desvio de conduta (eufemismo, ok?) na produção da Copa, estamos reclamando. Mas,
     de minha parte, não apenas do governo federal. O SISTEMA deixou a porta encostada e nós estamos mesmo aproveitando para mostrar ao pessoal que ficou aqui na rua, como a casa está uma zona aí dentro.
     Paciência. 
     Por isso, essas e outras, tenho repercutido o bordão "não vai ter copa". Até porque esta Copa já não houve: a terrível, incompetente, corrupta, amadora, catastrófica e autoritária condução de tudo até aqui, mostra que quaisquer que sejam os bons jogos, as emoções e o vencedor (já está dando Brasil há 4 anos), a preparação da festa foi e está sendo tão vergonhosa, que prefiro ir pra casa hoje.

terça-feira, 27 de maio de 2014

FESTIVAL DO CONTO EM FLORIPA

  

    Registro da participação no 4º Festival Nacional do Conto, Florianópolis, maio de 2014:

** Dia 22, quinta-feira, 14h: Eu e Luiz Roberto Guedes somos recebidos por Carlos Henrique Schroeder, Daniel Pelizzari e Tiago, no aeroporto. Diretos pro Rancho Açoriano, restaurante que cultiva suas próprias ostras. Almoçamos algumas delas (in natura, no bafo e gratinadas), anchova e cervejas; vento, frio, boa prosa. Levamos DP ao aeroporto e pegamos André Timm, de Chapecó.
* 20h: Mesa mediada por Demétrio Panarotto. Muito muito boa. Mais de 30 pessoas, ao vivo, umas 50, via web, ouviram um trecho de Insônia, do Timm, Alô, Alessandra, do Guedes, e meu A ponto de explodir. E muita prosa sobre literatura.
* Sequência: Kibelândia, mesas na rua, sanduíches e quibes; Gata Mamada (havia várias), rock e chope.
** Dia 23, sexta: eu e Timm caminhamos durante uma hora e meia do hotel em Cacupé até a praia de Santo Antônio de Lisboa, com direito à companhia de um cachorro preto de patas brancas. No restaurante Rosso tomamos duas especiais e comemos bolinhos de siri. Pedro Franz nos resgatou para o Beira D'Água, onde comemos outra anchova e lula. E tome prosa e cerveja. 
* Noite: mesa de Luisa Geisler, Noemi Jaffe, Cíntia Moscovich e Márcia Denser, mediadas por Katherine Funke. Perdi a sequência: meio resfriado e com oficina para começar no sábado.
** Sábado, 24: Primeiro encontro da oficina, na biblioteca do SESC. Quinze pessoas extremamente dedicadas a ler, pensar e discutir literatura, de 14 às 19h30.
* Noite: Apresentação de Suelen Rocha e Fred Paiva (que fez oficina comigo há uns anos, em Jaraguá do Sul), baseada no livro que eles escreveram juntos, Quem matou Porfíria Reis? 
Sequência na pizzaria Nave Mãe, pizzas e cervejas e mais prosa, com Tiago, Patrícia Galelli e Dennis Radünz.
** Domingo, 25: Mais uma manhã de paz. Mais uma tarde de trabalho com os oficineiros. O segundo módulo, em junho, promete ser ainda mais produtivo.
* 20h: espetáculo da contista e atriz Susana Fuentes, lindo. Sequência no bar Capitão, cervejas, prosa e mini calzoni.
** Segunda: retorno a BH. Saldo na bagagem: Cavalos mortos permanecem no acostamento, de Pedro Franz; ossama, Cidades marinhas, Livro de Mercúrio e Extraviário, de Dennis Radünz; ô catarina, suplemento cultural do estado; Quem matou Porfíria Reis?, de Fred paiva e Suelen Rocha; Correspondências, de Péricles Prades; 15'39" e o CD Chamando chuva, de Demétrio Panarotto; O fantástico na Ilha de Santa Catarina, de Franklin Cascaes; Escola de gigantes, de Susana Fuentes; Carne falsa, de Patrícia Galelli (por ora, só em pdf) e uma crônica de Vanessa Clasen, no jornal Folha de SC.