quinta-feira, 10 de abril de 2014

O 1º AUTÓGRAFO A GENTE NUNCA ESQUECE

     
    
     Editei meu primeiro livrinho de poemas, No lar dos inseguros, em 1979. Era bem simples, mimeógrafo a tinta, grampeado, capa feia... Mas era meu orgulho, claro. Vendi quase quinhentos pelas ruas de BH. Nessa época, em Sabará, andava com os amigos Osvaldo e Pedro Rosa e a prima Laura Fantini,  que formavam um grupo de dança. Por estar perto, acabei trabalhando com eles (percussão, roadie...). 
    Em algum momento, sabendo que Wagner Tiso estaria se apresentando no Chico Nunes, fomos lá pedir a ele para fazer a trilha para um espetáculo (é, o pessoal sonhava grande). Assistimos ao showe, depois, no camarim, Osvaldo fez a proposta. Eu só olhava e curtia estar perto de um artista tão importante. Até que tomei coragem:
    - Eu poderia te dar um exemplar do meu livro?
    - Claro, o que é?
    - São poemas, é meu primeiro livro. Acabei de lançar.
    Passei o livrinho, ansioso. Ele, com um sorrisão honesto, agradeceu e emendou:
    - Uai, sem autógrafo? Faça o favor de assinar para mim!
    Eu consegui, apesar do nervosismo (no fundo, sou um tímido).
    E guardei essa história para contar um dia.
    Foi o que fiz agora.