segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

QUEM É QUEM NO MEU LAMBE-LAMBE



   Para mim, fazer um livro deve ser algo mais que satisfazer a vaidade de exibir meus textos. Preciso ter a mínima convicção de que ele é um produto cultural que valha o papel e o tempo que serão investidos para sua produção e leitura. 
   Com este Lambe-lambe não foi diferente. 
   A principal iniciativa é procurar envolver pessoas, entre a primeira ideia e o lançamento do livro.
   Me permitam nomear quem está dentro deste:

Vera Lúcia Vieira: este projeto vem de 2013 (mais à frente vou publicar um texto(*) em que conto detalhadamente essa história). Nesta época, a convivência com Vera me permitiu clarear vários pontos que sempre são meio obscuros nesses momentos. Nossas conversas, mas principalmente sua visão humanitária das mazelas sociais e políticas me indicaram o caminho a seguir para chegar ao tom que eu precisava para escrever este livro.

Carlos Fialho: quando percebi que tinha um projeto que daria em livro, consultei-o sobre o interesse da Jovens Escribas. Pela quarta vez ele abriu as portas da editora para mim, o que me deu ânimo para o investimento.

Primeira versão pronta, chega a hora dos leitores críticos. São aqueles amigos que abrem algumas horas em suas agendas para ler nossos originais e apontar nossas falhas. Obviamente não será deles a responsabilidade pelos defeitos que persistirem na obra editada: a teimosia e a necessidade de manter cacoetes e vícios são exclusividade minha.
Francisco de Morais Mendes: vimos trocando essas machadadas (ou a "liquidação do lápis vermelho") há uns 25 anos. Eu seria um escritor pior se não tivesse tido seu olhar arguto sobre meus originais. Desta vez, me alertou para algumas questões ideológicas, em especial.
Marcelo Carota: fez uma leitura mais geral, sem se prender a detalhes de escrita, o que, vindo dele, foi importante, pois destacou os aspectos "marginalidade e invisibilidade".
Ana Elisa Ribeiro: além se destacar ruídos de escrita, se envolveu com o conteúdo, alguns personagens, o que confirmou minha tentativa de ser um livro com uma pegada mais emocional, em parte.
Rosângela Lima: além de apontar a visibilidade que dei aos personagens urbanos, nossas conversas me fizeram chegar à forma final de fazer as ilustrações acompanharem cada texto. (A princípio, havia pensado em colocar todas as minibios no final.)
Ernani Ssó: desde que nos conhecemos, temos trocado também essas leituras recíprocas. Ele é capaz de perceber que eu queria ter feito algo que não está no texto. E mais uma vez complementou o que eu lhe apresentei, além de apontar problemas.
Adriane Garcia: amiga nova, poeta de excelência, intelectual refinada, imensa interlocutora para literatura, recebeu os originais após essas cinco leituras. Ela tem uma crítica muito parecida com a minha, e conhece bem meu trabalho. A intensidade de sua leitura trouxe revelações que me levaram a reescrever muita coisa já dada como pronta.
Marçal Aquino: sua principal contribuição foi me fazer desistir do posfácio(*). Sua reflexão me fez ver que ele sobraria em todos os sentidos na edição. Com isso, acabei convidando...

Luiz Ruffato: ao pensar em quem poderia se adequar ao projeto e fazer a apresentação, seu nome surgiu logo como o mais acertado: todos que o conhecem sabem que ele faz questão de lembrar suas origens humildes, "filho do pipoqueiro, e do segundo pipoqueiro, o que ficava à porta do cinema menos importante de Cataguazes" (cito de memória). Além de nossa amizade, antiga, Ruffato também faz o questionamento do gênero literário, o que está problematizado neste Lambe.

Guga Schultze: quando decidi que os textos teriam desenhos (e não fotografias ou montagens ou...), seu nome foi o primeiro que me ocorreu: além de ser fã do trabalho dele há muitos anos, já tinha sido meu parceiro na capa do A ponto de explodir, em 2014.

Danilo Medeiros: o designer da editora Jovens Escribas é já parceiro meu: sua competência, seu profissionalismo, sua boa vontade em discutir minhas ideias gráficas e sua paciência com minhas revisões de última hora me deixaram confiante, como sempre, de que as coisas ficariam melhores do que eu poderia imaginar.

   Realizar lançamentos é outra etapa importante, porque é festa, primeiro; porque é a primeira oportunidade de fazer uma venda substancial. Há autores que não sujam os dedos para falar dela, mas nós que vivemos no mundo real, sabemos o quanto ela é importante. É aqui que a editora ou o autor consegue reaver parte de seu investimento. Depois disso, vamos todos correr atrás de novas oportunidades de divulgar o livro. 
   Por isso é preciso cuidar do lançamento. Por enquanto, agendamos três: 
Eduardo Lacerda: editor da Patuá e agitador do bar Patuscada, em São Paulo. Me oferece um bar, ótimo lugar para festas, e toca uma uma editora que está na mesmíssima luta da Jovens Escribas. Dia 19/03.
Akira Yamasaki: um dos coordenadores da Casa Amarela. Vou como convidado do Sarau. Há um grupo de poetas, músicos, artistas plásticos, fotógrafos e outros amantes e militantes da cultura que se reúnem em São Miguel Paulista, bairro da zona leste de São Paulo. Sua luta e sua paixão me conquistaram em 2015. Foi a primeira referência para batizar a temporada deste projeto. Dia 20/03.
Fernanda Rocha Abou Abdallah e Eduardo Pimentel: O jovem casal, proprietário do Feijão Restaurante, onde eu almocei nos últimos meses. Meus jovens novos amigos apostaram em fazer uma grande festa para o Lambe, em Belo Horizonte, cidade modelo para o livro. Dia 02/04.