sexta-feira, 27 de abril de 2012

MAIO, MÊS DAS NOVAS!



   Maio promete ser um mês cheio. Acho ótimo, faço aniversário fazendo as coisas de que gosto. Vejamos:
   dias 2 e 3 participo, pela FMC, do seminário Conversas ao pé da página, no SESC Pinheiros, em São Paulo/SP. Claro, aproveito para rever os amigos;  
   dia 6, acompanho o Ponto de Leitura, no Parque, e dias 11, 15, 23 e 24 dou oficinas pela FMC;   
   dias 12 a 14, participo da 1ª Feira de Livros de Passos/MG, ao lado de vários kamaradas do Coletivo 21 (e serei homenageado pela E.M. Prof. Ananias Emerenciano);
   dia 20, medio mesa de Carpinejar e Roberto Pompeu de Toledo, na 3ª Bienal de Minas;
   dia 23, faço palestra para agentes do livro, do interior de Minas, na Biblioteca Luiz de Bessa, pela manhã; à noite, na Bienal, o Coletivo 21 comemora seu primeiro aniversário relançando a antologia do estande da Autêntica;
   dia 25 (a confirmar), com a participação de Ivan Hegen, Danislau e talvez mais um e outro contista DJ, lançaremos, em BH, dentro do projeto Sempre um Papo, a antologia Rock Book - contos da era da guitarra (Prumo), na Salumeria Central;
   dia 30, ao lado do poetamigo Bruno Brum, realizamos a leitura O poeta contra a parede, no SESC Palladium.
   
  Va bene, non, per il mese del mio compleanno?

terça-feira, 24 de abril de 2012

O POETA CONTRA A PAREDE




    Visitando meus amigos Bruno Brum e Lelé (faz tempo, isso), me surpreendo com pilhas de livros fora da estante:
   - Infiltração, vou ter que refazer parte da parede.
   Água é fogo: nunca se sabe por onde entra, muito menos por onde sai. Fui analisar os danos (andava tendo problemas semelhantes no meu barraco). Noto que a infiltração tinha um objetivo claro:
   - Uai, Brum (esta história se passa em Minas), parece que só os livros de poesia foram atingidos.
   - Pois é, sô. Se contar ninguém acredita.
   - Isso é que dá colocar os poetas contra a parede.
   Das vantagens de se viver sem memorandos: falar as bobagens que se nos ocorrem.
   - Pior, com parede que vaza.
   - Poetas não suportam incômodos.
   - Pior, incômodos úmidos.
   E seguiu-se produtiva conversa a respeito de poetas, poesia, infiltrações e o mercado de trabalho da construção civil.
    Em algum momento no futuro daquela tarde, percebemos que poderia ser interessante um evento:
   - O poeta fica no palco, vendado; as pessoas perguntam sem que ele as veja.
   - A gente coloca ele numa cadeira giratória e roda de vez em quando!
   - Que tal um chicote?
   (...)
   Agora, tanto tempo depois, finalmente vamos tornar real o projeto de colocar O POETA CONTRA A PAREDE.

terça-feira, 17 de abril de 2012

ONDE OS LIVROS VÃO


Meu amigo Hamilton Borges Walê milita em sua cidade natal, Salvador/BA, por um mundo melhor. Tive a honra de conhecê-lo aqui em BH, quando trabalhou por uns tempos na Secretaria de Cultura. Há umas semanas me disse que estava fazendo mediação de literatura nos presídios. Pedi ao Carlos Fialho que lhe enviasse alguns livros da nossa Jovens Escribas.
   Ontem Walê postou no Facebook: "Nossas e Nossos companheiros e companheiras por trás dos muros pedem para agradecer a Sérgio Fantini e a editora Jovens Escritores (sic) pela doação dos livros, nosso parceiro J. G. B. da Colonia Penal Lafaiete Coutinho leu todo o livro Silas e quer conhecer o autor... disse que quer ser escritor... eu disse: Já é, parceiro, já é."
  Saber que meu livro emocionou um leitor (ou ao menos provocou nele o desejo de me conhecer) é o que faz valer o  escrever e todos os gestos que se sucedem. São essas coisas, os amigos, e não "mulheres, dinheiro e fama".
   Ainda Hamilton Walê, no início de sua postagem:  "A Biblioteca Itinerante da Quilombo Xis continua circulando pelo sistema prisional, livros enquanto não vem a liberdade."

sábado, 14 de abril de 2012

IL PAPA, DOV`È IL PAPA?

  
 Minha amiga ítalo-lusitana Sílvia Mencarelli me obrigou a ver Habemus papam, do Nani Moretti; Pedro Olivotto endossou a dica: não podia perder, até porque gosto de filmes italianos em geral.
  A história: o cardeal eleito papa tem uma crise existencial, não vai ao balcão saudar o povo; é examinado por um médico e por um psiquiatra. Aí começam as aventuras. E eu quero relatar umas coisinhas que me chamaram a atenção:
  apesar de algumas ótimas piadas, está longe de ser uma comédia. acho que NM as colocou apenas para desviar a atenção do tema principal;
  há uma competição internacional representada por um torneio de vôlei de cardeais, meio longo, mas muito bom;
  há uma perseguição (tão cara ao cinema norteamericano), mas original, engraçada e angustiante ao mesmo tempo;
  há poucas cenas de Roma. Por mim poderia haver muitas, muitas mais;
   os atores me pareceram todos ótimos. O personagem ator da trupe dá show.
  Há mais detalhes que renderiam uma ótima prosa à mesa, mas o que mais me marcou foi a lucidez do argumento que mostra com perspicácia e fundamento como uma situação pessoal pode se sobrepor uma situação limite do coletivo. 
   

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O POETA, O CINEMA E O ACASO

   Há alguns meses, o poeta Kiko Ferreira me convidou para fazer uma ponta em sua apresentação no SESC-Palladium. Aceitei de pronto e lhe mandei os poemas que pretendia usar para que ele compusesse o roteiro. Porém, alguns dias antes do evento, precisei trocar este prazer pelo prazer de ir a São Paulo participar dos lançamentos das coletâneas Coletivo 21 e Rock Book. Mais tarde fiquei sabendo que o Pedro Olivotto fez uma ótima apresentação do meu A ponto de explodir.
   Agora, que estou preparando uma apresentação com o poeta Bruno Brum para o mesmo projeto do SESC, achei que seria interessante convidar o Pedro para repetir a dose. Combinamos por email, trocamos algumas ideias e ontem ele me recebeu no Belas Artes para nos conhecermos pessoalmente.
   Foi uma ótima conversa, mas vale o registro da história de seu encontro com meu poema: ele e Kiko estavam conversando, ambos portando papéis e, a certa altura, por engano, Pedro pegou os papéis de Kiko e deu de cara com o A ponto. Leu em voz alta, emocionou-se, as pessoas gostaram e naquele momento Kiko o convidou para participar de sua apresentação. 
   Uma história do acaso, que remete a outra: ontem, pela manhã, li um artigo do Luiz Bras sobre o acaso em que cita o livro O andar do bêbado; à noite, entrei na livraria para buscar um presente e este foi o primeiro livro que vi.
   Em tempo: minha apresentação com Bruno Brum será dia 30 de maio e se chama O poeta contra a parede. Aguardem.

domingo, 1 de abril de 2012

JOE COCKER, OUVINDO DINOSSAUROS

    
   O que é a vida... Filosofei aqui sobre ir ou não a shows de música porque não iria ao do Joe Cocker - e acabei indo. Ouvi música sem raio laser, animação espacial, fogos de artifício, coisas em 3D, fumaças coloridas, nada disso. Apenas (ó céus, matei minha saudade) bons músicos tocando bem para um dos melhores cantores do (meu) mundo.
   Nem dancei, ouvia e pensava no prazer de estar ali. Ele cantou todos os sucessos da carreira, aqueles mais óbvios, e mais alguma coisa, sempre muito boa. E fiquei notando detalhes. 
   (Um que mereceria colocar alguém de castigo: uma TV próximo à mesa de som (sempre que posso fico ali, o melhor som do ambiente) exibia uma luta. É aquela maldição da sua onipresença. Em shows, confirma que vocês estão mesmo ferrados.)
   A baixista, infelizmente poucas vezes, fazia uma dancinha simpática; a segunda backing vocal era mais apagadinha; em compensação, a primeira segura bem uns solos e dança o tempo todo, umas dancinhas bem legais; os dois tecladistas não tiraram as bundas das cadeiras, o que faz parte de sua profissão; o guitarrista é roqueiro, mas segurou sua onda para não ter desconto no salário; o baterista - coitados dos bateristas - ficou escondido atrás de pratos e tambores; o saxofonista/percussionista até que tentou umas saídas.
   O Joe Cocker, bem, ele ainda é O cara. Continua cantando pc, valorizado pela performance corporal nula, exceto pelos pulinhos ("bunitim", diria o Guedes) para fechar algumas canções.
  E nós ouvimos o show com a reverência que ele merece, que nós merecemos, mas o que nós queríamos muito, mesmo, era ouvir seu grito rouco em With a little help from my friends. Ah, sim, todos nós esperávamos isso. E foi bom, sim, foi muito bom estar ali.