segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O CONTO, A CRÔNICA


   Estou vivendo o contraditório prazer de ler um livro querendo muito que ele não acabe. É o Ai de ti, Copacana, do Rubem Braga. No Ofício da Palavra do dia 7/8, ao lado do Francisco de Morais Mendes e do José Eduardo Gonçalves, pude explicar pela primeira vez, em público, minha relação com a crônica. Registro também aqui.
   Ali pelos 15 anos, já célere produtor de poemas, tentei escrever prosa. Tentei muito e, por sorte, já tinha autocrítica bastante para saber que aquilo não prestava. Lembro-me vagamente de alguns daqueles textos; lembro-me, principalmente, de alguns momentos em que escrevia (direto na Olivetti Studio 44) e relia e constatava que não era bom. 
   Em 1984, meu professor de pré-vestibular Caio Junqueira Maciel, me emprestou o Cartas na rua, do Bukowski. Foi a senha para eu conseguir dar entrada nos contos que venho tentando (sempre tentando) escrever desde então.
   Em algum momento muito depois disso, em algum devaneio da memória, me dei conta do motivo de nunca ter conseguido fazer prosa antes: minha referência era a crônica! Eu lia de tudo, mas na hora de tentar escrever, o que saía era um péssimo simulacro de crônica - que um moleque de 15, 16 anos não iria mesmo conseguir realizar.
   Agora, relendo o Rubem Braga, a vontade que dá é de ler várias das crônicas para outras pessoas. Foi o que fiz para os amigos que foram ao Museu de Artes e Ofícios na terça passada.
   E o desejo continua.
  

Um comentário:

  1. é isso aí fantini, depois quero ver se acho o comentáario que fiz sobre o livro do braga e te mandarei.

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