terça-feira, 20 de março de 2012

SALÃO DO ENCONTRO

 
   Há muitos anos ouço falar do Salão do Encontro, espaço cultural em Betim/MG. Vi reportagens na imprensa, amigos relataram a beleza do lugar, mas só ontem me movi para conhecê-lo. Há umas duas semanas, fui convidado para levar minha Baleia Conceição aos leitores de sua biblioteca, e ontem ganhei uma amorosa carona. 
  O lugar é muito bonito, totalmente arborizado; várias salas espalhadas; quadra; circo; auditório; biblioteca; crianças e monitores caminhando, sem pressão, de uma ocupação a outra  - um clima meio Shangri-La na manhã outonal. 
   Disse espaço cultural, mas o Salão do Encontro é mais que isso. Funciona como escola de artes e ofícios; apoio escolar para alunos da rede pública; espaço para reunião de terceiros; loja de artesanato... 
   A pedagogia utilizada é própria, mas tem como embasamento teórico Piaget e outros estudiosos. Quando dizem própria, dizem de sua experiência, validada por 40 anos de prática autossustentável. Autossustentabilidade, aliás, é a base e a origem do projeto, que foi iniciado por dona Noemi Gontijo, hoje com 85 anos e ainda coordenadora de todas as atividades.
   Depois de ler e conversar com cerca de quinze jovens na biblioteca, tive a honra de conhecê-la pessoalmente. Algumas pessoas transmitem força pelo poder da palavra, outras por algo como carisma, mas dona Noemi traz em cada gesto, no bom humor e na convicção do que fala, a vivência de um projeto que deveria servir de modelo para a Educação.
   Quando a abracei e lhe dei os parabéns, ela me cortou: "Para mim, não, parabéns para eles - e ampliou o espaço com a mão que não segurava a bengala -, eles é que fazem isso aqui."


  (A história e a ação do Salão são muito mais que este relato. Vale visitar o site: http://www.salaodoencontro.org.br/)



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