domingo, 6 de janeiro de 2013

CHICO CÉSAR NA MADRUGADA

  

   Foi também Rossanna Decelso que indicou Chico César. Trouxemos a BH e foi um sucesso. Era, segundo ele mesmo, o último show para testar o repertório do que veio a ser Aos Vivos, seu primeiro disco, gravado logo depois. Dessa vez ele foi jantar em casa, teve que voltar correndo ao Calabouço para pegar uns documentos que havia esquecido lá.
   Mas o que quero registrar são as noites que passamos juntos. Opa! Isso mesmo. A primeira foi após um show num espaço que não existe mais, um circo... Fomos para um bar pequeno... No Prado? Não lembro. Sentamos ali devia ser quase meia-noite, conversamos até o dia clarear, eu na cerveja e ele no uísque.
   Houve um show patrocinado pelo Banco do Brasil, um circuito nacional, na Serraria. Fui vê-lo antes, conversamos um pouco. Depois do show fomos ao camarim, entornamos um litrinho de uísque, macio. Nesta época ele andava com sérios problemas pessoais e, coincidentemente, ninguém mais foi cumprimentá-lo.
   A última vez em que saímos assim (houve mais uma e outra, antes), foi com a companhia de Titane: emborcamos no Bolão, em Santa Tereza e tomamos café da manhã com ele no hotel, na Floresta.
   Mas o que quero mesmo registrar é a simplicidade do sujeito. Cara 100% do bem. O modo de tratar os amigos, de atender aos fãs que o abordaram, de organizar-se com os produtores... Sabe aquele amigo que deixa a conversa fluir? Você nem sente a madrugada passar, a manhã chegar, o coração aberto do artista.

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