sábado, 24 de outubro de 2015

REINALDO SANTOS NEVES


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Reinaldo Santos Neves
     Em algum momento da década de 1980, Marçal Aquino me apresentou, com entusiasmo, o romance As mãos no fogo, do capixaba Reinaldo Santos Neves. Li, gostei e muitos anos depois comecei a me corresponder com ele. 
     De lá pra cá li A longa história,  Kitty aos 22: Divertimento, Herótodo, IV,196, A ceia dominicana, os três volumes de A folha de hera e Muito soneto por nada, além de crônicas e outros textos no site Estação Capixaba. 
     No campo afetivo, tive o prazer de ser recebido por ele e sua companheira Maria Clara duas vezes, lá nas praias de Vila Velha, para cervejas e almoços.
     Sempre elogio sua obra em público porque o considero um dos maiores entre os melhores escritores brasileiros. Analisando superficialmente os motivos que o mantêm no semi-anonimato, chego à conclusão de que sua postura anti-celebridade, seu rigor intelectual, a qualidade de sua literatura e até o volume (A Ceia, A Longa história e A Folha de hera têm umas 2.700 páginas, sendo que metade d'A folha é em inglês arcaico). Sua obra é quase toda publicada por pequenas editoras ou órgãos públicos do ES; as exceções (Longa história e Ceia) não obtiveram resultado comercial que interessasse à editora (Bertrand Brasil) continuar a parceria.

     Durante anos acalentei a ideia de uma série de textos que eu precisava muito realizar. Fiz algumas versões em versos, mas aquilo era material para prosa. Após já ter lido várias vezes os cinquenta poemas de Muito soneto por nada, consegui, numa noite, num estalo, o tom e o nome para colocar no papel esse projeto: "Vamos dizer, Jose..." Era só daquilo que eu precisava. Jose é a musa do livro de Reinaldo. Mantive-a no cativeiro de meu computador por mais tantos outros anos, até que na véspera de publicar, resolvi devolvê-la a seu criador e adotei a universal Maria, trocando o título do meu texto de Jose para Muito silêncio (por nada).

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