terça-feira, 17 de setembro de 2013

A MEMÓRIA DE ÂNGELO HELEODORO

   


   Em 1981, a convite do meu amigo e também primo Leonardo Cruz de Viterbo, fui assistir ao ensaio da Orquestra Sinfônica Mineira, cuja sede ficava na avenida Santos Dumont, centrão de BH. Enquanto os músicos trabalhavam, os visitantes desfrutavam dos serviços do bar; depois todos se reuniam - sempre sob a batuta do Ângelo, maestro e idealista daquela iniciativa. Frequentei os ensaios e as farras durante todo aquele ano. Realizamos festas e saraus. Num desses, ouvi, pela primeira vez, Ângelo, já bêbado, declamar Navio Negreiro Tabacaria, de memória. 
   Em algum momento, naquele 1981, escrevi um poema chamado Orquestrai, que dediquei a ele.
   O tempo passou, nos vimos muitas e boas vezes, mas também ficamos muitos anos sem nos ver. Fui reencontrá-lo como gerente do restaurante (é/era muito mais que um restaurante) Quinta dos Cristais, em Sabará, nas terras que foram um dia o sítio do meu tio Victor Fantini (que eu frequentei, quando criança).
   Numa das primeiras vezes em que fui lá, ele me surpreendeu recitando, de memória, meu Orquestrai. Havia se passado mais de vinte anos! Num aniversário que comemorei lá (acho que de meus 39), levei Zé da Velha e Silvério Pontes, com todos os músicos e Ângelo me presenteou com uma singela reprodução emoldurada do poema (está na minha sala, claro).
   Poderei guardar muitas lembranças boas desse camarada. 

Um comentário:

  1. você chegou a filmar o Ângelo declamando alguns poemas? Estou compilando os videos dele na internet para a família.

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