sábado, 8 de junho de 2013

MEMÓRIAS DO JARDIM

"às vezes, a infância acaba no jardim..." - Marçal Aquino

   Márcia Braz postou no Facebook uma foto sua, criança, ao lado de outras meninas, colegas do Colégio Batista Mineiro, onde estudamos. Algumas comentaram, se divertiram tentando lembrar quem era quem - um festival de memórias e bom humor. 
   Desde sempre também guardo algumas lembranças. Animado por essas mocinhas, resolvi registrá-las aqui, antes que se percam totalmente.
   Começo por Marcinha: era levada da breca, como talvez se dissesse àquela época; foi a primeira a ter motoca, uma "cinquentinha", arrasava corações; sua mãe era dona da Importadora Levis; éramos vizinhos, costumávamos nos encontrar na rua, brincar; serviu de modelo para um conto meu;
   Adriana Borja e eu fomos os primeiros a recitar um verbo conjugado no presente do indicativo (claro que me apaixonei); era linda, mas muito rica pra mim: sua família tinha uma farmácia;
   Peterson Cobucci de Abreu era o único da nossa turma de pré-primário que conseguia contar história, uma história, a de Rapunzel, e nós o ouvimos contá-la algumas vezes; era um tipo bonitão, de acordo com as manifestações das garotas; 
   Eduardo Costa Ferreira, o "Pato", morava na Saldanha da Gama, 101; seu pai tinha um sítio e uma Rural; sua mãe se chama Haydèe; ele tinha um pantógrafo e estudava inglês no ICBEU;
   Carlos Rocha Santiago, o "Cacá", também era rico, morava numa mansão da rua Januária, onde funciona a editora Lê, com piscina e quadra; tinha um boxer e uma irmã Soninha;
   Hafez Tadeu Sadi, morava no mesmo prédio da Marcinha, na Sabará; o mais forte de todos, a alma mais bondosa: um certo Ademar, malvado, me chamou pra briga depois da aula; a turma esperando ver sangue, mas o Hafez chegou e avisou que teria que brigar primeiro com ele - meu herói!;
   Juventino Ribeiro Barros, sabia desenhar automóveis; o pai, dentista, fez uma palestra pra gente em que afirmou que, na falta de dentifrício, poderíamos usar sabonete (faço isso até hoje);
   Miguel, sabia desenhar aviões;
   Ginga, craque de futebol;
   Renato "Maçã", tinha a letra mais engraçada que já vi, desenhada por traços perfeitos, soltos; o pai era alfaiate na Galeria Ouvidor; morava na rua Tenente Freitas, em Santa Tereza;
   'Tia' Alzira Bittencourt, especial: na primeira chamada, no primeiro dia de aula do 1º ano, ao dizer meu nome, perguntou: "você é parente da Edna Fantini, que foi minha colega?" - a partir daí, até hoje, ganhei o apelido de Fantini (claro que os coleguinhas achavam que estavam bullyndo comigo); foi minha professora também no 4º ano;
   Rogério Papa, sujeito forte, uma vez trouxe do fim de semana um saco escrotal de boi pra sala, um sucesso;
   Ivan, cujo irmão Rosalvo era campeão de kart; tinha uma arma terrível feita com gominha e clipes preparados;
   Evandro, o "Girafa", numa segunda-feira apareceu com a cara toda empolada de espinhas, feridas... havia comido um pote de manteiga na roça;
   Carlos Alberto Ferreira, o "Formigão", mestre no ping-pong, com ele aprendi meu famoso "quebra-costela" que, anos depois, quebrou mesmo as de meu irmão; 
   Rodegardo, também era um dos fortões, tinha alguma relação com roça, interior...;
   Denoel Nicodemus Eller Júnior, cuja pasta foi apelidada de "pasticleta" (em homenagem à engenhoca do seriado nacional "Shazam & Xerife") porque carregava todo tipo de tranqueira útil;
   André Batista, que tocava flauta transversal e tinha um irmãozinho que não largava do travesseiro;
   José Luiz, o "Quinha", bom de bola também, morava na Guanhães, sua casa tinha quintal, como a minha;
   Josiane e Carmelita, cujos corpos chamavam bem nossa atenção;
  Havia um CDF que morava em frente ao Colégio, na Ponte Nova e eu quase afoguei dando-lhe um caldo no Florestinha; um dia apareceu usando uma meia de cada cor (bullyng nele!);
   José Luiz, o "Paulista"; Márcia, uma carioca; Raquel, que gostava de nos ver na aula de Educação Física; Geraldo, rua Pouso Alegre, que sofria bullyng por ter orelhas grandes (quando a Telemig instalou os orelhões na cidade...); Felipe, sujeito afetuoso; Luiz "Sabonete", mórmom; Ibrahim, "Peninha", irmão do Júlio da Rona (inventou uma excursão a Ouro Preto apenas para ficar perto da mocinha que ele queria namorar); Alcione, filha do pastor Júlio, cujo irmão saiu do CBM porque não aceitava ser obrigado a tirar a barba que escondia um leve defeito da boca; 
   e tantos outros, personagens e cenas que se misturam... alguns continuam em contato, amigos que nem citei aqui... amizades eternas...
   Achei meu convite de formatura! Segue a lista dos formandos no pré-primário turma B, de 1967:
Ana Lúcia Nogueira Mancebo, Ana Paula Veloso Branco, Arnaldo Gomes Júnior, Carla Sulamita Firmo do Nascimento, Carlos Rocha Santiago, Clara Lúcia de Almeida Botelho, Cleber Levi Barbosa Alves, Eduardo Costa Ferreira, Elizabeth Maria Amaral, Felipe Ricardo Faria, Fernando Gomes de Paula, Glaúcia Hélida Seraine Teles, Hedio da Silva Perdomo, Heliane Gomes de Azevedo, José Carlos Frois de Souza, José Luiz Cerqueira Lima, José Sampaio Junior, Josué Menezes Patto, Juventino Ribeiro Barros, Leonidas Lannes Rocha (orador), Márcio Coelho Junior, Margareth Souza Xavier, Melody Linda Roth, Miguel Angelo de Leon Tanure, Peterson Cobucci de Abreu, Reinaldo Neves, Ricardo Sérgio Cascardo, Rodegardo de Almeida Botelho, Rogéria Rocha Xavier, Rogério Papa, Rolando Bernucci Filho, Ronaldo Costa Gomes, Ronyr Manso de Lemos Júnior, Rotian Sérgio Barros, Rosemary Cândida Gomes, Sérgio Francisco Cruz Fantini, Valéria Fátima Campras e Waléria Almeida.
  Adriana Borja, Catarina Kolos, Daniel de Castro Carceroni, Mirna Cesário Pereira e Patrícia Helena Lunardi (oradora) eram da turma A.

5 comentários:

  1. PUTZ SOU ESPOSA DE RODEGARDO DE ALMEIDA BOTELHO VOU MOSTRAR ESTE TEXTO A ELE.

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  2. MORAMOS EM BOCAIÚVA NORTE DE MINAS TERMOS TRES FILHOS DEGA O APELIDO DELE HJ É DIRETOR DE UMA ESCOLA MUNICIPAL. MOSTREI O TEXTO E LEMBROU DE VARIAS PESSOAS INCLUSIVE DE VC.

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  3. MORAMOS EM BOCAIÚVA NORTE DE MINAS TERMOS TRES FILHOS DEGA O APELIDO DELE HJ É DIRETOR DE UMA ESCOLA MUNICIPAL. MOSTREI O TEXTO E LEMBROU DE VARIAS PESSOAS INCLUSIVE DE VC.

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  4. Adorei ler o texto e me lembrar de cada um...precisamos reencontrar e brindar a vida!!! Também tenho nosso convite de formatura e eu estava na foto que Adriana Borja postou. Quanta saudade...eu era apaixonadinha pelo Carlos Rocha Santiago rs...ele quando chegava em minha casa soltava bombinhas para me assustar. Meu primo também formou conosco o Fernado Gomes de Paula...Rodegardo tinha a irmã Clara e Luzmarina que também faziam parte de nosso grupo, hoje Clara mora no Peru. As meninas me encontraram no face e fiquei super feliz. Temos que montar nosso grupo no face e trocar mais idéias. Obrigada por este presente maravilhoso. Beijos Heliane Gomes de Azevêdo

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  5. Caramba! Também guardo este mesmo convite de formatura...
    Perdi o contato com os formandos pois minha família mudou-se para Volta Redonda, no Estado do Rio de Janeiro, no ano seguinte.
    Parabéns pela publicação e o resgate desses momentos.
    Sou filho da Professora Leusa Lannes Rocha, que também trabalhou no colégio, e sobrinho do Professor de biologia Wagner Rocha, que trabalhou durante décadas no Colégio Batista Mineiro.
    Em 1980 saí de Volta Redonda para estudar e trabalhar no Rio, hoje moro em Miguel Pereira, pequena cidade da serra carioca.
    Abraço à todos. Caramba! Também guardo este mesmo convite de formatura...
    Perdi o contato com os formandos pois minha família mudou-se para Volta Redonda, no Estado do Rio de Janeiro, no ano seguinte.
    Parabéns pela publicação e o resgate desses momentos.
    Sou filho da Professora Leusa Lannes Rocha, que também trabalhou no colégio, e sobrinho do Professor de biologia Wagner Rocha, que trabalhou durante décadas no Colégio Batista Mineiro.
    Em 1980 saí de Volta Redonda para estudar e trabalhar no Rio, hoje moro em Miguel Pereira, pequena cidade da serra carioca.
    Abraço à todos Caramba! Também guardo este mesmo convite de formatura...
    Perdi o contato com os formandos pois minha família mudou-se para Volta Redonda, no Estado do Rio de Janeiro, no ano seguinte.
    Parabéns pela publicação e o resgate desses momentos.
    Sou filho da Professora Leusa Lannes Rocha, que também trabalhou no colégio, e sobrinho do Professor de biologia Wagner Rocha, que trabalhou durante décadas no Colégio Batista Mineiro.
    Em 1980 saí de Volta Redonda para estudar e trabalhar no Rio, hoje moro em Miguel Pereira, pequena cidade da serra carioca.
    Abraço à todos, Leônidas Lannes Rocha.

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