Se bem me conheço, o desejo de comentar com vagar os livros de leituras mais recentes será postergado até que poeira demais encubra o desejo.
Então, tomando o bom exemplo do cronista Alexandre Brandão, apenas relaciono aqui (para minha própria lembrança, claro, já que ninguém lê este blog mesmo) alguns bons livros que tenho lido:
- BARATO (Medusa), de Ricardo Pedrosa Alves: facefriend, poeta com imenso domínio de técnicas e cultura literária geral. Gostei especialmente da primeira seção, "Música mutilada".
- ORFANATO e GARAGEM LÍRICA (Annablume), de Marcelo Montenegro: sempre citado pelo Bortolotto, facefriend recente, meio que já somos amigos também. (Diz que tem meu Coleta seletiva guardado há uns anos.) Excelente poesia rocker-blusy-jazzy-junky... mas nada ingênuo: escrita de quem sabe como usar os instrumentos para tocar a canção a seu modo.
- SENTIDO SUSPENSO (Vale em poesia), de Cristiano Silva: me surpreendeu com a orelha: o autor é apresentado pelos locais (sempre periferias) em que morou e vive. Nos conhecemos em roda de cerveja com Eduardo Sabino e Rinaldo de Fernandes (havia mais um camarada...) no 'Lucas'. Textos em prosa poética, uma ira bílica ainda em estado de vulcão. Está fazendo minha oficina no LEP.
- FRAGMENTOS IMPERTINENTES (Leiditathi), de Moisés Augusto Gonçalves: uma das figuras mais marcantes na luta política de BH: criou o personagem Capetalismo, que ficava pelas ruas provocando a atenção do povo para os desmandos do poder. São dezenas de fragmentos em tons poéticos ficcionais com forte sabor autobiográfico.
- A LOUCA REVOADA DOS CHAPÉUS (Clube de autores), de Rui Werneck de Capistrano: contos/crônicas/ensaios na prosa sempre veloz deste multi-artista curitibano. Somos amigos há quase 30 anos e sou testemunha de que a produção dele não dá trégua. Um fenômeno que o mercado editorial não absorveria nem que tomasse conhecimento do que ele faz. Tem outros títulos disponíveis no site da editora.
- CORPÚSCULO NUM PLANO (Jovens escribas), de Daniel Liberalino: contos que deitam e rolam num humor às vezes escrachado, às vezes sutil, sempre usando conhecimentos de medicina e científicos.
- BARBA ENSOPADA DE SANGUE (Companhia das Letras), de Daniel Galera:
romance já muitíssimo bem encaminhado no mercado. Comentei algo sobre ele aqui no blog, mês passado.
- O ESTRANHO NO CORREDOR (34), de Chico Lopes: conheci os contos de Nós de sombras há alguns anos, fiquei encantado com a perícia do autor. Agora, já tendo me tornado seu amigo, me deleito com a novela de ritmo perfeito, texto limpo com imagens bem definidas.
- CONTOS BREGAS (Jovens escribas), de Thiago de Góes: livro conceitual: ele escreveu contos a partir de trechos de canções rotuladas como bregas. São histórias divertidas, emocionadas, crônicas do universo que aquelas letras tentam retratar.
- MALDITO SERTÃO (Jovens escribas), de Márcio Benjamim: contos, com ótima pegada literária, recriando temas populares "assustadores": almas penadas, mulas sem cabeça etc.
- O VERSO E O BRIEFING (Jovens escribas), de Clotilde Tavares: ensaio em que a autora analisa alguns folhetos de cordel feitos sob encomenda para publicidade de produtos, empresas, políticos, eventos etc.
Como assim "ninguém lê esse blog mesmo"? (risos). As dicas são valiosas. Um abraço.
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